quarta-feira, 5 de março de 2014

A rapariga que roubava livros ( The Book Thief)

"Vira o irmão morrer com um olho aberto, e o outro ainda em sonhos. Despedira-se da mãe e imaginara a sua solitária espera por um comboio de volta a casa e ao esquecimento. Uma mulher de arame deixara-se cair, com o seu grito a percorrer a rua, até tombar para o lado como uma moeda a rolar que perdeu o impulso. Um jovem enforcara-se numa corda feita de neve de Estalinegrado. Vira um piloto de bombardeiro morrer numa caixa metálica. Vira um judeu, que por duas vezes lhe oferecera as mais belas páginas da sua vida, marchar para um campo de concentração. E no centro de tudo isso, viu o Fuher a gritar as suas palavras e a passá-las em volta."

Impressões
Pensei ver o filme e só depois ler o livro, para evitar eventuais deceções. Agora que acabei de ler o livro, decidi que só verei o filme quando este passar para o videoclube... é que se o filme for  como o livro, vou chorar quase todo o tempo... tanta beleza é avassaladora! 
Sempre me fez muita confusão como é que um homenzinho aparentemente insignificante como o Hitler, conseguiu fazer os estragos que fez! Como é que ele conseguiu que todos aqueles alemães o seguissem cegamente e cometessem todas aquelas barbaridades? Depois deste livro, percebi um pouco melhor como o conseguiu e isso assustou-me ainda mais. Aquela besta era extremamente inteligente e sabia jogar com as palavras e com os medos e as ambições daqueles alemães. Deitou a semente em solo fértil (a Alemanha miserável do final dos anos vinte) e deixou-a germinar lentamente, regando-a  e fertilizando o solo regularmente. A semente, assim cuidada, cresceu numa espiral de ódios, perseguições, tortura e morte. 
Mas esta é a história de uma rapariga alemã, com olhos da "cor errada", uma "sacudidora de palavras",  que encontrou nos livros a força para continuar a viver. Fico à espera do filme!

3 comentários:

  1. É uma história muito bonita. Contada de forma diferente e de um ângulo diferente :) Comovente e encantadora.

    Cláudia

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  2. E é muito atual! A história repete-se...

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