terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A Última Duquesa (My Last Duchess)


Sinopse
"Bonita, com um guarda-roupa invejável vindo diretamente das melhores casas de Paris, vive no meio do luxo de uma enorme e confortável mansão em Newport. Mas a sua autoritária mãe deseja vê-la casada com um nobre inglês. Pouco interessada nos sentimentos da sua filha, envia-a para Inglaterra para garantir o tão ambicionado casamento aristocrático. Na época era comum juntar o dinheiro americano ao desejado título nobiliárquico inglês. Uma pura combinação de interesses, onde o coração ficava de fora.
Cora fica consternada com a receção e o mundo que encontra neste novo país. O choque de culturas é imediato. As grandes casas senhoriais que frequenta são lindas, mas geladas e muito desconfortáveis. Sem casa de banho e aquecimento central. Os corredores enchem-se de intrigas, e nas caves, na ala dos criados, reina a coscuvilhice.
Só quando perde o seu coração para o duque de Warehamm, um misterioso homem que quase não conhece é que Cora percebe que está a jogar um jogo para o qual não está devidamente preparada, que não entende, mas onde a sua felicidade futura pode ser o preço."

Impressões
Pela leitura da sinopse poderemos ser induzidos a pensar que se trata da habitual história da plebeia que se apaixona pelo aristocrata. Mas não é nada disso. Trata-se de um retrato da sociedade de finais do século dezanove, tanto a americana como a inglesa. Está cheio de referências aos costumes da época, tanto no vestuário, como até na alimentação e entretenimento. Diverti-me bastante com as descrições das indumentárias das senhoras para as diferentes ocasiões e, compreendi perfeitamente a necessidade de terem uma criada pessoal. Quer dizer, terem que mudar de roupa umas três vezes por dia (até havia uma roupa apropriada para ficar em casa a escrever cartas!), tendo em conta os inúmeros botões e laços que era necessário apertar e desapertar, até fico admirada por  uma só criada "dar conta do recado".  A par da vida de Cora acompanhamos também a vida de Bertha, a sua criada pessoal. Sendo uma mulher negra, no final do século dezanove, Bertha depara-se com inúmeros obstáculos para poder ter a vida que ambiciona. Muito interessante! Não gosto de sequelas, mas quase senti pena quando li a última página...

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