sábado, 9 de março de 2013

Uma Casa de Família (The Novel In The Viola)

Sinopse
"Na primavera de 1938, a ameaça nazi paira sobre a Europa.
Em Viena, a cosmopolita família Landau vê desaparecer muitos dos seus amigos e teme pela sua segurança. A decisão de fugir do país é dolorosa mas inevitável. Não poderão partir juntos. Elise, a filha mais nova, é enviada para Inglaterra, onde a espera um emprego como criada de uma família aristocrática. É a única forma de garantir a sua subsistência e segurança. Para trás deixa uma vida privilegiada, levando consigo apenas algumas roupas e um violino.
Em Tyneford, ela tenta encontrar o seu lugar na rígida hierarquia da casa. É agora uma das criadas, mas nunca antes trabalhou. Tem a educação e os hábitos da classe alta, mas não pertence à aristocracia. Enquanto areia as pratas e prepara as lareiras, usa as magníficas pérolas da mãe por baixo do uniforme. Sabe que deve limitar-se a servir, mas não consegue evitar o escândalo ao dançar com Kit, o filho do dono da casa. Juntos vão desafiar as convenções da severa aristocracia inglesa numa história de amor que tocará todos os que os rodeiam.
Mas o mundo está a mudar. E Elise tem de mudar com ele. Em Tyneford, ela vai aprender que é possível ser mais do que uma pessoa. Viver mais do que uma vida. Amar mais do que uma vez."

Impressões
Adorei! Adorei! Adorei! Apesar de já ter lido muitos romances sobre esta época negra da nossa história, nunca deixo de me  surpreender com as diferentes abordagens do mesmo tema.
"The Novel In The Viola" (quando terminei a leitura, achei que o título em inglês está mais condizente com a narrativa) é um livro cativante e comovente! Lindo! Lindo! Fala dos que "ficaram para trás", daqueles que, embora não estivessem diretamente envolvidos na guerra, também tiveram a sua quota-parte de sofrimento. 
Pelas descrições, Tyneford parece uma região encantadora e encantada... o último reduto de paz e beleza num mundo caótico e em mudança. Até a mansão, apesar de toda a sua decadência, parece irradiar magia, tal é o poder da narrativa desta autora.
Adorei todas as personagens, mas a minha favorita é o senhor Rivers, um verdadeiro gentleman (será que é assim que se escreve?), a fazer recordar os heróis dos romances de Jane Austen.
Este é um dos poucos livros que voltarei a ler, sem dúvida alguma!

Um cheirinho...
"Tinha de deixar a Áustria, Anna e o apartamento com as suas janelas altas com vista para os álamos que brilhavam como fogo cor-de-rosa. Tinha de deixar as tulipas encarnadas no parque em abril, e os vestidos brancos rodados no Baile da Ópera.
- Tens de ir - disse Anna.
-Eu sei - respondi, e, ao dizê-lo, apercebi-me de que a minha infância luxuosa e prolongada chegara ao fim. Essa Elise, a rapariga que eu era então, diria que sou uma velha, mas está enganada. Eu ainda sou ela. Estou de pé na cozinha, com a carta na mão, a observar os outros, e sei que tudo tem de mudar."

Um recado...
"Por favor, tratem esta igreja e estas casas com cuidado; deixámos os nossos lares, onde muitos de nós vivem há gerações, para ajudar a vencer a guerra de modo a que os homens possam continuar a ser livres. Voltaremos um dia e agradecemos que cuidem bem da aldeia."

Aviso afixado à porta da igreja de Tyneford pelos aldeões, antes de partirem, na véspera de Natal de 1941.

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